1.12.08

Um Grande Tédio

Sentada no sofá, olhando para as paredes, percebi no que minha vida se transformara: em um grande tédio. Meus domingos se resumiam a televisão com programas improdutivos; minhas saídas, a ficar bêbada e escandalizar, vomitando pelos cantos; e meu trabalho, a fofocar sobre a crise do casamento de famosos em uma coluna de um jornal de baixo calão da cidade. Eu era a verdadeira Bridget Jones, só que sem o Hugh Grant como meu chefe.

23.11.08

A Menina das Músicas e das Alianças

Vou lhes contar uma coisa. Naquela última noite em que foram felizes juntos fizeram planos, riram, ele cantou uma música. Não sabia se era para ela, mas queria que fosse. Nela ele desejava chamá-la de querida sem medo nenhum. Nunca teve certeza se era medo de machucá-la, medo de mentir a si próprio; afinal, era apenas uma música para ela, entre tantas feitas para aquela. Se sentiu importante, a canção foi feita para ela. Tinha que ter sido feita para ela.
Depois que tudo acabou, não conseguia mais olhar para ele. Ele havia a ferido, a machucado como ninguém. Por mais que ela tivesse vontade de abraçá-lo, agarrá-lo, acariciá-lo, todos os seus impulsos eram controlados, em razão dessa ferida aberta. Era uma ferida diferente. Depois de meses, ano, não cicatrizou, continuava ali com um curativo que caia de vez em quando deixando o machucado exposto.
Um dia ela começou a gostar de alguém. Outra pessoa, que a proporcionava coisas que nunca tinha tido com ele, essa pessoa me chamava de querida sem medo algum; mas a caneta, ao tocar o papel, insistia em escrever para ele, dele. Passaram dois anos e ela passou por aquele sentimento horrível de perda de novo, olhava a sua cicatriz, feita pelo única que havia lhe tocado o coração, e ela estava aberta. Sim, o machucado que ele fez nela, com suas mentiras, ofensas e indiferença. O machucado foi aberto, sempre esteve ali, nunca sumiu, sempre doeu como a lembrança da voz cantando a música ou os lábios no corpo dela.
Então um dia ela o viu sentado, chorando e com duas alianças douradas nas mãos. Ele havia sido derrubado, acabado e aos prantos, assim como ela havia ficado por ele. Era o fim daquilo que tinha a impedido de ficar longe dele, o fim de um relacionamento de anos, de idas e vindas, brigas por atenção, ciumes e coisas boas. Ele estava arrasado, havia deixado dela, pois não a amava, amava aquela das alianças.
Ela é muito idiota. Já doía olhar pra ele, ainda mais vê-lo triste. Sentou-se do seu lado e ele fingindo que não tinha visto. Ela estava consciente que a pessoa que ele menos queria ter por perto era ela, mas ela precisava fazer aquilo. Tocou no cabelo dele, tinha se esquecido como era bom, escorregou a mão até o rosto e sentiu aquela sensação de êxtase. Depois de anos, os lábios dele tocaram a pele dela de novo. Ele havia beijado a mão dela com carinho que ela sentia tanta falta, ele havia esquecido como sua pele era macia. Ambos não sabiam o que faziam, mas estavam bem de se sentir juntos de novo. Andaram de mãos dadas, como se o que tiveram nunca tivesse tido um fim nesse tempo que passara. Temiam o que viria.
Agora, que ele foi atender o telefone, ela tentava lembrar de tudo que ele fez pra ela, tudo que ela fez pra ele e tudo que conversaram hoje. Ela falou da dor que sentiu. Ele sentiu falta dela, de como era meiga e doce, de como passou esses anos pensando no que tinha feito. Só que mesmo assim, ele estava na sala, falando com a menina das músicas, a arrependida e também dócil menina das alianças.

16.11.08

É melhor deixar pra lá.

Não consigo mais escrever. Nada de intenso sai do meu coração, passa pela minha cabeça e é transcrita de alguma forma. Talvez isso represente esse espaço vazio que tenho aqui dentro, que só aquilo que não sinto mais supre. Minha cabeça cheia de outras coisas: faculdade, amigos, livros, música. Acho que recuperei minha vida e nem percebi, foi como se ela sempre estivesse ali, escondidinha, esperando que eu me deixasse vivê-la de novo. Acho que estou feliz; não feliz como uma pessoa apaixonada, mas tranquila comigo e com meu asno de estimação.
Chega de livros. Papel, lápis, borracha e uma calculadora, por favor. Chegou o final do semestre.
Mentiras, problemas, relações amorosas perturbadas. Amigos em comum, te ligando ao pequeno tormento. Nenhum deles é meu, mas eu me sinto deles. Preciso ajudar, preciso ser amiga. Meu ombro, meu sorriso, minha mão do lados de todos eles.
Eles se amam, mas é proibido, como o fruto. Não conseguem viver sem o outro. a vida de um derrotado fora de si. Afinal o que é certo e errado? Dois mundos diferentes, criados pelas palavras.
Calma e envolvente. Tranquila como uma lullaby. O tom da verdade dolorida sendo cantada. A revolta sendo citada. Descontraída junto com o café e o guaraná.
Tudo isso pra me animar.
Quem mesmo canta que quer ter o corpo cremado e as cinzas soprarem com o vento mesmo? Fora Dallas Green, claro.

10.9.08

Adoro quando chove?

Detesto quando chove. Andar com um guarda-chuva em uma rua cheia de gente na impossível tentativa de não se molhar. Impossível, porque é tu e teu guarda-chuva contra as possas; os boeiros entupidos; os carros, motos e ônibus; outras pessoas com seus respectivos guardas-chuva disputando aquele espaço mínimo; e São Pedro. Nada mais justo do que ficar em casa, tentando fazer algo típico de dia de chuva!
Bolinho de chuva com canela e açúcar ou, talvez, uma pipoca amanteigada acompanhados por um belo filme. Nada de besterois americanos, em dia de chuva é terminantemente proibido ver jovens norte-americanos despertando sua libido sexual. Então prepara-te, este é o momento em que tu pegas aquele filme que tu assististe quando levou o pé-na-bunda e se debulhar em lágrimas.
No dia de chuva, tu desanimas. Escurece mais cedo, o céu parece estar brigando contigo e tudo parece mais triste. O livro onde tu precisas estudar parece mais desinteressante, a televisão mais monótona que o comum. Sem contar que ninguém gosta de falar em dia de chuva, a preguiça nos atinge. Ninguém vai correr no Parque da Redenção ou fazer compras na Rua da Praia. Isso tudo sem falar no sono.
A parte mais difícil desse fenômeno tão comum e natural é que, pela grande falta do que fazer que ele nos proporciona, pensamos demais. Tu começas a pensar e a lembrar e a desanimar e a... Enfim, detesto dia de chuva, ainda por cima quando estraga a minha escova (aqui se encaixa o sonoro "ah tri" dos jovens gaúchos).
Apesar de tantas reclamações, a BOB sabe o que diz: o tempo sempre ajuda quando se tem alguém pra pegar na mão. Que essa chuva inunde a cidade, afogue invejosos, e tu aí, por favor, não me chama.

28.8.08

Onomatopéias Perturbadas

Tu nunca vais entender. Nunca. Nem eu mesma entendo, mas não é por falta de vontade, acredita em mim.
Queria chegar na aula com um sorriso verdadeiro no rosto todos os dias. Não aguento mais fingir que não me importo, sendo que isso anda me enlouquecendo. Queria chegar, correr para os braços de alguém que me desse uma amizade, uma cumplicidade. Não quero mão boba, muito menos sexo. Quero carinho.
Que rufem os tambores! Vou contar um segredo: meu coração ainda pula, meus olhos ainda brilham. Pula de raiva, brilha com lágrimas. "Sai daqui infeliz, não te quero mais! Mas vamos ficar bem um com o outro, só pra tu não vires me perturbar no sono". Só não cuspo na cara, porque com o rosto de alguém não se faz nada.
Sem inspiração, nem pra dormir. Medo de adormecer e acordar mais perturbada no outro dia. Cada vez minha cabeça se convence que estar longe é o melhor, cada vez mais meu coração se desconvence. "Pára de fazer bobagem infeliz, isso só vai te fazer mal! Se bem que eu não sou nada tua, então que tu te fodas".
Eu vou conseguir. Tu que estás lendo não acredita, mas eu vou conseguir. Conseguir o que? Entender-me.
Tantas onomatopéias na minha caixola - "tum tum tum tum", "muá", "pfffff" - cada uma me afastando, cada vez mais da amizade e da cumplicidade. Não quero e não vou mais tê-las, mas elas continuam - "tum tum tum tum", "muá", "pfffff".
Quando eu me entender, me organizar e me ter por completo de novo, essas palavras não farão sentido e eu vou rir de tanta baboseira.
Ainda juro de pé junto: isso não é obsessão.

17.8.08

O amor é sujo.

Como diriam Arnaldo, Carlinhos e Zé:
"O amor é feio, tem cara de vício.
O amor é isso, tem cara de bicho.
O amor é sujo, tem cara de mijo.
O amor é lindo, faz o impossível.
O amor é graça, ele dá e passa.
O amor é livre."

26.6.08

Senhor Confusão.

O amor que tu queres fará seu coração se sentir frio. Tu pensas que o tem, mas tudo que tens é um buraco dentro de teu coração. A verdade está aí para ser dita, então tenta parar. Pára de partir corações. Pára de machucar almas. Isso te machuca.


24.6.08

Sonho Meu.

É patético como o coração se enche de esperança com pequenas ações. Ações insignificantes pra ele, mas pra ela tomam proporções extraordinárias. Torna-se cada vez mais impossível não chorar quando ela lembra que nada do que ela fez adiantou, que tudo foi ignorado pela confusão na cabeça dele.


Após mais um fracasso dela, a menina se senta no chão e começa a chorar. Mais um fracasso após dias de esforço. Chora com timidez e silêncio. Ele se aproxima, se senta ao lado dela e sente um aperto no coração em ver as lágrimas escorrendo. Perdendo o juízo e agindo impulsivamente como de costume, a envolve com os braços. Ela, com o coração disparando, aproveita aquele momento como se fosse o último, perde a timidez e o choro se torna audível. Limpando as lágrimas do rosto dela, ele a acaricia nos lábios. Ela entra em transe, sente o estômago se revirar, e sua pele arrepiar. Ele sabia que esse era o momento de beijá-la e sem hesitar fecha os olhos, já sentindo a respiração forte da menina. Ele encontra só uma bochecha quente.
Ela virara o rosto, pegara suas coisas e saíra em passos apressados e agoniados, não acreditava no que tinha acabado de fazer. Com a cabeça abaixada, ele volta a si.
Sonho meu. Ela não viraria o rosto. Ele não a consolaria.

12.6.08

Ele e Ela

Dois adolescentes de sexos opostos. Ele com 18 anos, 8 meses e 14 dias. Ela com 18 anos, 7 meses e 22 dias. Ambos com cabelos escuros, problemas de visão, sorrisos contagiantes e traços delicados. Ambos dividindo uma pequena e conturbada história.
Para ele, ela era aquela menina boba que se apaixonou por um qualquer, criança, nunca sabe o que está fazendo. Para ela, ele era aquele menino bobo que se apaixonou loucamente por outra menina, criança, sabe que o que faz é errado, mas continua fazendo por negligência.
Ele sempre soube que não dariam certo, afinal não a amava, mas como dificilmente fazia a coisa certa, ignorou a razão mais uma vez. Ela sempre soube que não dariam certo, mas como uma criança boba, sempre teve a esperança de tê-lo por completo e acaba por não enxergar a confusão em que se metera.
"Olha que casal bonito!", todos diziam. Somente os dois, no íntimo de cada um, tinham certeza que eles não ficavam tão bem juntos.
Eram muito parecidos e, dentro das semelhanças, encontram as suas diferenças. Mimados, maduros, teimosos, orgulhosos, talentosos, simpáticos, problemáticos, infantis, espontâneos. Ele sempre com os pais por perto, ganhando um carinho protetor vindo de uma infância que poucos sabem o quanto foi sofrida. Ele não gosta de ouvir não, mas finge ser habituado a este. Vive sozinho na metrópole, estuda, trabalha, fuma e toma café. Parece gente grande. Erra, sabe que está errando e tenta não se arrepender. Canta, toca e é inteligentíssimo. Conquista a todos com seu sorriso e anedotas. Esconde coisas, muitas coisas. Se acha adulto e é infantil por isso. Não pensa antes de falar. Ela sempre com os pais por perto, fruto de uma insegurança de duas pessoas com mais idade criando uma menina em uma mundo de urubus. Ela não gosta de ouvir um não, mas tenta se habituar a este. Vive em casa com a mãe e com sua tartaruga, sente falta da presença do pai. Estuda e não fuma, mas é apaixonada pelo cheiro. O cheiro dele. Não trabalha, nem toma café. Isso é coisa de gente grande. Erra e insiste em erros, diz que assim que se aprende. Acha que canta, finge que toca e tem uma sensibilidade invejável. Conquista a todos com seu sorriso, espasmos de meiguices e palhaçadas. Fala que não esconde nada, mas esconde muito. Se acha infantil, mas é adulta. Medrosa. Não pensa antes de escrever.
O modo em que encaravam as coisas sempre foi diferente. Principalmente com os relacionamentos. Ele achava que o amor era aquilo que ele sentia por aquela outra menina. Não podia viver sem ela, sem olhar nos olhos puxados e dizer que a amava. Tinha que sentir a pele e o toque macio da pele da jovem. Tinha que admirá-la por ser quem é e achava tudo que fazia era fantástico. Doentio, paixão arrebatadora. Perderia sua vida pela jovem. Ela achava que amor era aquilo que ela sentia por ele se fosse correspondida. Podia viver sem ele, mas não queira. Sem olhar nos seus olhos verdes e dizer que o amava. Gostava de sentir o toque dele na pele dela e se sentia querida por isto. Admirava-o por ser quem é, mas enxergava defeitos em ambos, achava que deviam superá-los juntos. Maduro, carinho fraternal. Defenderia com a vida ele.
Ele nunca entendeu ela. Ela sempre entendeu ele. Ele nunca quis magoar ela. Ela acabou magoada por ele. Ele não pensa mais no beijos dela, tem nojo. Ela pensa no beijos dele, mas tem nojo. Ele quer o bem dela. Ela não quer mais o bem dele. Enquanto no dia de hoje ele pensa na moça do outro estado, ela escreve olhando paras cicatrizes que ele deixou. Nunca foram um corpo só, nunca foram uma só alma.

17.5.08

É proibido lembrar.

É proibido lembrar. É proibido ter lembranças boas de sorrisos. É proibido lembrar de sonhos que foram construídos. É proibido de lembrar o gosto daquele beijo e do abraço daquele amigo. Aquele sorriso tão bonito era falso. Aqueles sonhos construídos e nunca chegaram nem perto de se realizarem. Aquele beijo com um gosto bom só pelo sentimento que se mantinha por um indivíduo insensível. Aquele abraço amigo que foi perdido por intrigas.
Todos momentos bons para serem guardados, mas se lembrados te fazem sentir o coração apertado.


Ando sem inspiração e postando pouco. Esse computador já está me torrando o saco.

28.4.08

Visconde de Sabugosa.

Eu e a minha habitual falta de concentração voltam a esse blog para satisfazer esse momento que deveriam ser dedicados aos meus estudos.
Esse cara da foto é o Visconde de Sabugosa (clique no link, aquele que não teve infância). Que não soe de modo pejorativo, mas meu professor de Direito Constitucional II me lembra muito ele. Sem nunca citar nomes, essa figura que me dá aula lembra a sabedoria e a aparência desse personagem de Monteiro Lobato.
Estou aqui eu, a umas duas horas tentando absorver o conteúdo da matéria de minha prova amanhã que ele transpõe com uma facilidade inatíngivel. Estou aqui eu, a duas horas temendo a nota que ainda não tive. Estou aqui eu, a duas horas tentando me concentrar e ler a doutrina de Alexandre de Moraes. Estou aqui eu, a duas horas tentando saber o que essa figura de cabelos compridos, óculos e barbichinha vai me aprontar na prova de amanhã. Apesar de todo esse esforço, na minha cabeça só ecoa: "Visconde de Sabugosa, Visconde de Sabugosa".
Talvez consciente de todo conhecimento, talvez não. Respondam-me como um sabugo de milho é tão sábio? Eu ser humano, não consigo nem afirmar com toda certeza que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são pessoas jurídicas de Direito Público Interno dotados de autonomia. E ele, sabugo de milho, sim.
Ó céus! São tantos artigos! Constituição da República Federativa do Brasil, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, Emendas Constitucionais! Nessa horas penso se estou enlouquecendo ou realmente seria melhor se uma espiga de milho?

26.4.08

Eu, Papai e a Pipoca.


Lembro até hoje. Eu tinha uns 7 ou 8 anos. Estava sempre sentada na minha cadeirinha, vendo TV CRUJ. E sempre, sem falta, aparecia ele, meu herói na porta. Com a cuia de chimarrão e uma jarra de pipoca nas mãos. Antes, eu reparava que a tarde ia se indo, sabia que a aula ia acabar e o meu herói estaria lá, me esperando com uma latinha de guaraná ou teen. Saia correndo e abraçava aquela figura de bigode, que sempre pegava a minha mochila pra eu não carregar mais o peso. Na frente da minha escola, tinha um senhor grisalho que vendia pipoca. Às cinco de meia da tarde de todos os dias, aquilo rodiava de criança pedindo um saquinho. "Doce ou salgada?", eu pedia salgada. Nunca fui muito com a idéia de comer pipoca com sabor de achocolatado. Meu herói pagava o senhor, trocava algumas palavras amigas, nunca antipático. E íamos nós em direção a nossa casa. Particularmente, era um luta. Eu queria fazer tantas coisas ao mesmo tempo e era tão pequena pra isso. Queria comer a pipoca, tomar refrigerante, contar o que aprendi no dia, sair saltitante da rua e segurar a mão do meu superpai. Pipoca. Ainda me perguntam o porquê de eu gostar tanto disso. É milho estourado. É a maior lembrança deixada pelo meu pai. O amor que eu sentia da parte dele em me oferecer isso era lindo. Não importava se ele fazia ou não, mas essa pequena demonstração de carinho marcou a minha vida. É extremamente doloroso pensar que faz anos e que nunca mais vou receber essa demonstração de carinho dele. A última lembrança da pipoca, do meu pai e minha juntos foi quando eu peguei um pacote, coloquei no microondas e ofereci a ele e perguntei se estava bom. Com a voz fraca, meu velhinho disse que estava muito bom e que ele já podia morrer. Eu já sabia fazer pipoca! Mas a pipoca não é mais a mesma. Não tem mais o mesmo sabor, nem o mesmo amor. Pequenas lembranças como esta e tantas outras, me fazem refletir e choras às vezes. Horrível pensar em não ter um coração tão bom por perto mais. Tento transformar isso em um aprendizado, mas essas lembranças deixam tantas saudades. Só quem teve isso e perdeu me entende. Quem não teve recomendo fazer isso pro seus filhos, porque quero que lembranças assim perpetuem nos meus filhos. Esse carinho incondicional entre pais e filhos. Te amo, meu "datão"! :)

23.4.08

Texto ridículo para aqueles dignos da minha vergonha.

Bom, vamos lá. Estou aqui, bocejando às dez e quinze da noite. Estou com uma coisa trancada a dias.
Exijo só duas coisas das pessoas que eu conheço. Não exijo mesmo gosto musical, não exijo mesmas opiniões, não exijo que me amem e me idolatrem. Só queria que todos fossem sensíveis e sinceros. Isso é pedir demais de um ser humano, mas é assim que eu ando com uma pessoa e digo: esse é meu amigo.
Sensibilidade pra pessoa me conhecer de verdade. Passo uma imagem bem infantil, ingênua e mimada. De fato sou mimada, tenho tudo da minha mãe. Roupas, livros, CD's. Carinho, amor, atenção. Tenho absoluta certeza que sou ingênua. Enxergo a beleza em tudo e em todos, acredito que ninguém é mau. Ninguém vai me fazer mal, ninguém vai pensar mal de mim. Devia ganhar o troféu de trouxa do século. Mas uma coisa eu não sou: infantil. Tento me conhecer a fundo. Tento entender cada sentimento que tenho. Tento me compreender. E pra mim ser maduro é conhecer, reconhecer e lutar. Conhecer quem você é. Reconhecer seus problemas. Lutar contra eles.
Pra quem não sabe, perdi meu pai quando tinha, aproximadamente, 15 anos de idade. Podia ter encarado a morte dele como o fim da minha vida, mas não. Doeu muito, mas a vida segue. Depois dela eu cresci muito. Pena, muita pena, que pouquíssimos conseguiram perceber isso. Ser uma adolescente e perder aquele que te criou, não é uma tarefa fácil. Aprendi a viver sem pai. Aprendi a tornar a perda dele em um amadurecimento em mim. Aprendi a fazer algumas coisas sozinha. Ir até a igreja, consolar as lágrimas da mãe. Pode ser muito pouco pra ti, que se acha adulto, por ser independente, por fazer coisas de gente grande. Mas isso é um amadurecimento. E só quem passa por isso sabe.
Entrei na faculdade e enxergava só gente detestável. Patricinhas, peruas e playboys. Aprendi a ver a diferença das pessoas, que nem sempre o modo da pessoa se vestir refletia quem realmente ela é. Quem me vê não dá nada por mim, quem me conhece (modéstia parte) dá a vida. Não quero a vida de ninguém. Quero só a minha. Não quero ninguém brigando por mim. Eu quero brigar por mim. Não quero ninguém olhando pra mim com o rostinho de lado. Quero me olhar no espelho e pensar "tu é boa sabe?".
Eu sou boa. Sempre tive medo de admitir isso. Com certeza não sou a mais bonita, nem a mais inteligente, mas sou boa. Tenho um coração bom. Acredito nos meus princípios. Não guardo mágoa de ninguém. Nem daquela colega irritante. Nem daquele que eu mais queria que me conhecesse e tem a sensibilidade restrita ao tamanho de uma cabeça de alfinete. Ninguém.
Meus textos são bem mal escritos. Vocabulário vazio indicando pouca leitura. Conteúdo fraco indicando a grande confusão interna que eu vivo. É bom. É sincero. É puro. Não me envergonho de ser eu mesma e mostrar inexperiência nas minhas palavras. Essa sou eu e vá catar coquinho, quem achar ruim. Devo a minha vida, o meu ser, a mim e mais mais ninguém. Deixem-me no meu quarto, refletindo sobre quem eu sou, pensando no que fazer. Quando sair do meu casulo, nem vai me reconhecer.
Desculpa se até hoje nunca pensei em cortar meus pulsos e vi a morte como a melhor saída. Desculpa se estou me achando melhor que tu e seu modo mesquinho, mimado e infeliz de levar a vida. Desculpa se não derrubei lágrimas suficientes e espalhei sorrisos demais após ser rejeitada por tantos. Só digo que vou continuar apreciando a minha vida, achando-me melhor que tu e a sua vida patética e sorrindo cada vez mais. Vão com Deus, colegas!

13.4.08

Mallu Magalhães.

Essa menina me encantou. Ela é muito bobinha a olhos de muitos, mas pra outros ela é carismática dentro da sua bobice. O sorriso dela cativa e das coisas que ela ri também. Uma guria de 15 anos com responsabilidade e competência de gente grande. Mostra meiguice na voz, no modo de falar, nas músicas. Ela passa todo seu eu pra música. Estamos carentes de meninas assim. Não digo só na música, mas digo também em todo outro tipo de meio cultural. Encontramos nela uma maturidade e infantilidade invejáveis. Irrito-me com pessoas que não conseguem enxergar isso. Ela reúne qualidades que pouquíssimas adolescentes reúnem hoje em dia. Responsabilidade, determinação e humildade. Faz ao vivo e erra pouco. Quando tiver 20 anos acredito numa carreira mais que mundial a ela, universal. Determinada, sabe o que quer, sabe do que gosta e faz bem feito. Humilde, no jeito, ao dizer que a calça é da mãe, recolhendo instrumentos e os reformando. Estou apaixonada por essa figura. Uma pequena salvação a nós, jovens. Queria escrever algo melhor, mas estou sem inspiração. E minha cabeça aparece nos dois vídeos abaixo.

Get to Denmark


Anyone Else But You

10.4.08

Superafim

Superafim, superafim de mim.

Valentinar.

Faz um mês. Um mês que não sinto teu cheiro. Um mês que não sinto teu toque. Um mês que não sinto meus lábios contra os teus. Um mês que sinto tua falta todos os dias.
Desprezo essa falta que eu sinto de ti, não compreendo como se pode gostar tanto de alguém e não ser correspondido. Há um mês atrás me falaram: 'Calma tu já esquece'. Nossa, sempre pensei que 'já' equivalesse a um 'logo' ou a um 'daqui a pouco tempo'. Há um mês penso em ti como aquilo que nunca vou ter, sentimento bobo que eu tinha antes de ter pra mim algumas semanas. As melhores semanas da minha vida. Nelas meu sorriso não saía do rosto e quando saiu voltou quando sentiu teu abraço que me protegia por mais que não tivesse a intenção.
Passei um mês me fazendo de forte, fingindo levar a vida normalmente. Infelizmente ando dormindo demais e ainda te tenho nos meu sonhos frequentemente. é terrível como até nos meus sonhos tu me ignora. Acho que nunca era pra ter acontecido nada.
No mês que fiquei contigo me senti completa. Talvez porque foste meu primeiro, digamos, amor. Teu sorriso me iluminava, tua voz me acalmava, teu toque me arrepiava.
Hoje, teu sorriso machuca meu coração, tua voz me incomoda e teu toque... Não sei, não o sinto a um mês. Queria que teu toque me desse nojo, mas continuo me arrepiando só de lembrar dele.
Desejo dar um nome pra isso tudo. Acho que não é paixão, muito longo pra ser uma. Amor? Não, amor é correspondido, amor é um pra toda vida e supera tudo. Quando recuperar minha criatividade, vou inventar um nome pra esse sentimento.
Sonhos que viram pesadelos. Pesadelos eternos enquanto duram.

8.4.08

Um Colega.

Venho por meio deste blog deixar explícita a minha indignação com uma pessoa. Anos atrás esse individuo era o mais centrado, racional e estudioso. De uns tempos pra cá, mais precisamente quando entramos na faculdade, se transformou em outra pessoa. Dispersiva, sentimentalóide e tão burra que nem estudar estuda.
Motivos mil pra essa pessoa ser assim. Ao entrar na faculdade se vê sem ninguém, rodeada de pessoas mesquinhas, com personalidade fraca e caráter sujo. Tenta fazer amizades, mas quando tentou só conseguiu ficar medrosa com tantas pessoas diferentes dela. Tenta namorar, mas só consegue ter seus sentimentos estraçalhados por alguém que, talvez, nem tenha sido o amor de sua vida. Tenta estudar, mas horas não rendem um capítulo no tedioso livro.
Dúvidas transcendem a sua vida. Não sabe se as pessoas que a rodeiam são confiáveis a um segredo. Não sabe se aquela pessoa tão bonita está realmente te enxergando de outra forma. Não sabe se escolheu o caminho que escolheu pra trabalhar é o certo.
Descobrir que nem todos são boas pessoas, honestas e sinceras é uma situação muito sofrida pra alguém tão puro como esse indivíduo que lhes descrevo a atual situação. Enxergar do que as pessoas são capazes pra chegar aonde querem é extremamente assustador. Ainda bem que um pouco de prudência restou a essa pobre criatura e cuida muito a chamar alguém de amigo. Infelizmente, nada disso muda a decepção que afoga seu coração, que atualmente anda tão frágil.
Ser iludida e pisoteada por um namorico e ainda assim continuar gostando deste é tão trouxa quanto não conseguir fazer os estudos renderem. As pessoas cada vez mais mostram-se não dignas de sua palavra. Nem ela mesma anda digna de sua palavra.
Que tal arquitetura? Não, muita matemática e desenho, desenhar nunca foi seu forte. Talvez letras em inglês. Seria uma boa idéia, se não fosse a idéia de ensinar num cursinho de inglês pra um bando de adolescentes e crianças. Licenciatura, não. Publicidade e propaganda? Parece um curso legal, mas será que é comunicativa o suficiente pra isso? Claro que esse indivíduo é comunicativo o suficiente. Fazendo Direito e não ser capaz de falar em público é o cúmulo. Bom deve estar no curso certo. Por que raios não consegue estudar? Deve ser um déficit de atenção, algo do tipo.
Quem é essa pessoa tão confusa? Um colega meu, não vou dizer o nome, ele vai ler e se enxergar na pessoa descrita. Pensou que era eu? Capaz, sou uma pessoa totalmente equilibrada, tenho as minhas certezas e minha vida amorosa é uma maravilha, apesar de não ter ninguém no momento. Só fico indignada com esse tipo de pessoa que pensa demais, que nem esse meu colega aí.

Dia 12 agora, vou no show da Mallu Magalhães. Ela é um doce. Se conseguir tirar fotos, talvez gravar um vídeo coloco aqui outra hora.

Ouçam Tegan & Sara. É meio estranho, mas eu gostei muito mesmo. Essas meninas meio que me emocionam. Aqui vai um vídeo super válido delas. Dark Come Soon


Alguém aí quer ver o Jared Leto bem novinho e mais lindo do que nunca? Óbvio que sim. Só estou esperando um pouco pra paciência surgir pra baixar os episódios de 'My So-Called Life' e babar no Jordan Catalano.

22.3.08

I wish I was your favorite girl.



Mais uma vez estou aqui perdendo meu tempo escrevendo sobre ele: meu coração. A cada batida uma lágrima escorre. Saudades, tristeza, dor. Devia enfiar a minha cara nos livros e deixar isso que chamam de coração de lado. Chamo-lhe de asno. Devia me sentir indiferente a tudo isso. Sinto raiva, mágoa e amor(?). Minha última aventura com esse animal me deixou marcas tão doloridas quanto queimaduras de ferro em brasa. Cicatrizes que ainda não se formaram e são cutucadas a cada dia que passa. Acho-me patética ao não conseguir escrever sobre algo mais consistente a não ser a dor de amor. Desprezível por me deixar levar pelas mãos desse amor. Aliás, nem sei se isso é de fato amor. Ando com um aperto no peito, lágrimas escorrendo a cada pensamento bom, saudades. Lágrimas escorrendo a cada pensamento ruim, dor, tristeza. O que me conforta é que eu tentei. Tentei? Sim, é claro que tentei. Tentei certo? Não sei, dizem que sim. Será? Bom agora são quatro palavras andando juntas: saudades, tristeza, dor, dúvida. Por mais que isso me faça sofrer, quero mais. É uma droga, um vício. Por mais que me sinta abaixo de toneladas de excremento, quero mais. Não me importa mais se sofro ou não. Se isso é errado? Pois bem, me diga quando se apaixonar.

1.3.08

Vida

A vida te prega tantas peças.

19.2.08

Confissões de uma Estudante de Medicina Surtada.

O que um jaleco pode representar? Começo esse relatório com uma pergunta simples de se responder, mas que nesse dia, causou-me inúmeras outras perguntas mais conturbadas. Eu, ainda uma inexperiente estudante do quarto semestre, tentando praticar anamnese (a arte de entrevistar pacientes), indo a um quarto no 5º andar, Ala Norte, em busca de um paciente que pudesse me ajudar nesse grande empreendimento na carreira universitária. Ás 12 h e 30 min do dia 19 de fevereiro, lá estou eu, pedindo a relação e obviamente a permissão para poder entrevistar pacientes. Inicialmente eu estava calma, mas uma calma ansiosa, diga-se de passagem. Nem eu esperava minha reação tão “inesperada”. Chego ao quarto, Dona I. K. S., 45 anos, tomava calmamente seu chimarrão, acompanhada de seu cônjuge, Seu D. As pernas estavam bambas, olhei para os lados, desviando um pouco o olhar, aproximei-me do leito e pedi se não seria inoportuna a ocasião para apenas conversar com a paciente, visto que sou uma principiante na área. O consentimento instantâneo me alegrou, procurei a cadeira e sentei perto da senhora, buscando uma proximidade confortável para ambas (eu, a estudante um tanto confusa e insegura e a paciente, um tanto apreensiva). Tudo então parecia ter sumido de minha cabeça inesperadamente, o famoso “branco adrenérgico”. A descarga de adrenalina fora tão grande que meus pensamentos se esvaíram e minhas idéias eu mal conseguia concatenar. Respirei fundo, tentei lembrar de alguns pontos fundamentais da aula teórica, tentando buscar um mínimo de segurança em mim e comecei a entrevista. Nada que uma pergunta aberta não possa quebrar o gelo e aliviar lentamente a nossa tensão. Antes da pergunta, algo já havia chamado a minha atenção, pois o braço esquerdo da senhora estava enfaixado e ela demonstrava expressões de dor aos mínimos movimentos. Olhando para o braço e, nas minhas idéias, já fiz um juízo: “certamente aquela senhora quebrou o braço”. Logo depois, para minha surpresa, os fatos não eram bem esses. Apesar das suposições, guardei-as para mim e comecei com uma pergunta um tanto imbecil para quem está com o braço engessado. O que a trouxe aqui? “Dor, muita dor em meu braço, responde a senhora com um olhar vago”. Conversa vai e conversa vem, ela me contou que quebrou seu braço em Abril do ano passado, para minha surpresa, e que os ossos “não haviam se grudado”, segundo a paciente. Novamente, estava eu a buscar hipóteses para tal, será tão difícil nos mantermos passíveis em nossos próprios pensamentos? Ingenuamente eu pensava em osteoporose, ou quem sabe, alguma alteração óssea familiar, mas o diagnóstico não cabia a mim. Continuei com as perguntas, e o motivo da internação eram as dores cortantes, gritantes, alucinantes que a paciente passara a sentir em seu braço nos últimos seis meses, sendo abrandadas apenas com morfina. Além disso, ela apresentava dores tenebrosas nas costelas, motivo pelo qual ela passava sentada evitando o mínimo esforço. Após explorar a queixa principal e sua HDA, tentei arriscar outras perguntas, como sua profissão, seu cotidiano, alimentação, dados familiares, outras internações, histórico familiar, uma revisão de sistemas corriqueira e muito simples, um pouco de sua infância (se sofria de algum distúrbio desde a mesma). E não sei como, apesar de tanto nervosismo, paradas bruscas em que eu gaguejava ou me perdia nas próprias perguntas, consegui dados relevantes e até explorar mais os mesmos como: a paciente não é hipertensa nem diabética; não fuma nem bebe; apresenta edema no pulmão, sendo diagnosticado há 20 anos, piorando à noite, com mudanças na temperatura e dias quentes e secos, incomodando-a muito com falta de ar e toma remédio para epilepsia desde 1994. A entrevista se encaminhava para o final, mesmo não passando dos 10 min, tive a impressão de que ela durou horas. O cônjuge sempre participativo na entrevista levantou e buscou alguns exames oferecendo para que eu desse uma olhada, uma lida ao menos. Sim, eu só ficaria na lida, porque convenhamos, o que eu com minha “vasta” experiência poderia lhes dizer? Apenas ficar com um olhar compenetrado de “Uhm hum”. Eram exames de raio X da região torácica. Detive-me a ler, mas um frio percorreu a minha espinha e eu tive vontade de sair correndo daquele quarto, eu realmente não soube o que fazer quando eu li as palavras: “lesões osteolíticas metastáticas nas 6ª, 7ª e 8ª costelas”. Eu gelei, fiquei com os olhos fixos nas folhas, demorei-me um pouco para terminar de ler, mas confesso que depois de ler “metastáticas” meus olhos já não decifravam mais nada. Sei que sou extremamente expressiva, por isso tive que mais uma vez me controlar muito, achar forças de não sei onde para manter a naturalidade. Mas por dentro eu desmoronava, eu só queria chorar feito uma criança, eu só desejava não estar ali. Aquela senhora, tão serena e confiante nas suas respostas, dizendo sempre que não era nada, que tinha fé, e os médicos estavam fazendo inúmeros exames e conversariam com ela ainda no mesmo dia. Eu não conseguia mais olhar para Dona I. Apenas dobrei as folhas, entreguei-as para o cônjuge e tudo o que fiz foi dizer “nada”. Passado o nada, pedi se ela tinha algo mais a me acrescentar, estimei melhoras e para minha surpresa e comoção escutei as seguintes palavras: “a doutora pode voltar quando quiser”. Depois do doutora, eu segurei minhas lágrimas. Sei que fui melodramática, mas eu não consegui ficar indiferente a toda essa situação. Nesse dia eu vi o que um jaleco pode fazer. Contando com a minha inexperiência vi que o jaleco a abrandou um tanto, senti que foi mais ou menos como se as pessoas confiassem tudo de mais íntimo delas, buscassem um conforto, uma solução, uma esperança vinda de nossos lábios. Acima de tudo percebi também que elas buscam amor, carinho e atenção; clamam por respostas e muita compreensão. É essa a impressão que um jaleco pode causar. Mas o jaleco, ao contrário do que muitos pensam, não nos torna imunes ao sofrimento, às crises que passamos com porquês existenciais, vendo tantas doenças, tristezas e perdas. Aquela senhora e o que de trágico a envolve não saiu de minha cabeça durante todo o dia. Eu não fiquei imune, eu me senti fraca, eu me senti impotente, estava apenas tentando aprimorar minha aproximação com pacientes e aquela senhora, quem sabe, definhando lentamente. Acho que toda minha tensão me deixou com esses pensamentos. Todas as expectativas, medos e ansiedades se misturaram e fizeram com que eu explodisse na hora. Agora mais calma, tenho a noção do que me espera, temos que ser fortes e em primeiro lugar, para sermos bons, excelentes médicos, precisamos entender a necessidades dos outros e primeiramente aprender a lidar com nossos próprios sentimentos.

Texto de Ana Claudia de Souza, minha prima.

Gostei muito do relátório feito por ela. Passei por uma situação dolorosa parecida de alguém muito próximo e acho mais do que válido a opinião de uma futura profissional de medicina, em uma situação delicada da vida de uma pessoa.



9.2.08

O Tempo.

Em mais uma noite tediosa de férias, rendo-me a mais uma postagem divagando sobre algo que eu acredite ser relevante. Hoje paro, penso e agradeço a passagem do tempo. O tempo me proporcionou e me proporciona coisas fantásticas e revigorantes. O tempo me cicatriza dores e me ensina a ser paciente. O papa-léguas tempo passa tão rápido fugindo do coiote das dores. Lembro-me da minha infância. A bela infância que tive com constantes idas a casa da minha avó. As páscoas, natais e festas de ano-novo com a família reunida, e eu junto aos meus primos loucos por presentes e comida da melhor qualidade. Com o passar do tempo, perdemos partes muito importantes da vida. Pessoas tão especiais que pareciam nossa razão de viver. Lembro-me aos oito anos de idade quando a minha primeira lágrima escorreu pela perda de alguém especial. Naquela época eu não entendia, que cada perda que temos não é em vão. Com o tempo, aprendi que nada é por acaso e que as coisas acontecem por uma razão. Deixei de ser uma criança que não dava conta da vida pra uma mocinha com medo dela. Abri meu olhos ao mundo real ao deixar meu zeloso Sévigné e encontrar uma turma com mais de sessenta estranhos. Com o tempo, aprendi a admirar alguém independente dos seus defeitos e me apaixonar. Aprendi a aproveitar essa paixão com toda a sinceridade do mundo. Aprendi, como o sábio Mário Quintana disse com um texto com o mesmo título, a cuidar do meu jardim e atrair borboletas. Com o tempo, aprendi que nem é com todos os amigos que conseguimos manter contato, mas que um lugar especial no coração pra eles sempre há de existir. Descobri que não precisamos ter a mesma mãe pra sermos irmãos. Com o tempo, aprendi que sou muito mais capaz do que penso. Vi como uma família pode se destruir e como aqueles natais não são mais os mesmos. Fico mais feliz ao ver que as crianças ainda se interessam pelos presentes e pela comida. Novas gerações correndo com um cabo de vassoura pelo pátio brincando de pega-pega. Vi como o mundo real é assustador e que devemos ser firmes e fortes pra enfrentar a vida. Vi que nem sempre somos correspondidos por um sentimento, mas que não devemos desistir de nada antes de lutar. Vi como nem todos tem um coração cheio de boas intenções e que muitos se deixam levar pela ganância e o ódio. Vi que o tempo é muito mais que o passar das horas. Vi que ele é o dom da vida.

30.1.08

Pés no chão.

Mantenha os pés no chão, o ser humano não é apto a voar.

24.1.08

Dirty Pop


Acho N'Sync uma das melhores boybands junto com Five. Esse cover é super válido e me deixou bem alegrinha quando eu vi. Vale a pena olhar os outros covers que são de muitas bandas que eu gosto e sou fã. Sem contar que o cara é um pão. Abstraiam, por favor.

12.1.08

Asno.

Quanta besteira. Quanta burrice. Quanto amor. Não controlamos o bendito e asno coração. A pessoa mais incomum te atrai de um jeito inexplicável, quando o pequeno jumento entra em ação. E aquela vontade incontrolável de ter essa pessoa ao teu lado começa a te consumir e te remoer por dentro. Asno. Coração, seu asno. Não podes gostar da pessoa, ela não gosta de ti. Pára, seu burro. Pára de querer transformar a vida em contos de fadas. Contos de fadas têm um final feliz, essa história é a mais imprevisível do que o destino. Não queres, não podes ter esperanças. Não o corroe seu jumento. Não o persegue, sentimento. Como alguém se sente bem assim. Só pode ser loucura, não tens "ele" ao teu lado. Tens que te conformar em não tê-lo, mas esse burro coração insiste em te convencer que a felicidade está por vir. A felicidade sem a pessoa incomum? Não a essa ele não dá coices, mas em qualquer outra que ameace as intenções desse animalzinho ele retribui com doloridas patadas. Coração burro, mal-educado, sensacionalista, dramático, mas ainda assim, tão bonito. Belíssimo. Só ele é capaz de te fazer sentir o frio na barriga, só ele justifica aquela felicidade com o nada. Esse jumento se alimenta com ilusões que ele controla para serem criadas. Ilusões que fazem todos viverem de um jeito tão bonito, tão feliz. E mais uma vez montaste no burrinho e deixaste ele te levar. Asno, não consegues viver sem ele e tudo de bom que te proporciona.

3.1.08

Calma


Tenham todos calma. O ano de 2008 chegou e já o entupimos com perspectivas. Nada como começar um ano com sonhos e planos. Infelizmente tudo que eu quero no ano acaba indo por água abaixo. Tudo bem, mas por favor tenham calma. Não postem todas as suas expectativas nesse ano. Não forcem nada. Não façam nada que vocês não queiram fazer. Busquem o que desejam, mas tenham muito cuidado pra não ferir ninguém nem a vocês mesmos. Bidê ou Balde canta: Calma!