22.4.13

Mar de Rosas e Grãos de Areia

A vida não costuma ser uma mar de rosas. Descobri isso há 10 anos quando meu pai foi diagnosticado com câncer. Apesar de filha única, há 10 anos percebi que sempre lidei com a vida, bom, pelo menos com parte dela. Desde pequena aprendi a lidar com a morte, com a falta de controle que nós temos em relação a isso, como um ente querido que se vai e não volta pra te dar um abraço, dizer que te ama. Aprendi também que relacionamentos podem ser passageiros ou para sempre, mas que nenhum deles não vale a pena, todos valem, até mesmo o mais traumático e perturbado, aqueles em que aprendemos o que não se deve fazer.
O maior problema é que nunca lidei bem com o fracasso, acho que essa é a parte que me esqueceram de avisar que fazia parte da vida. A queda, o tombo, aquilo que acontece quando tu dá o melhor de ti e o resultado não vem, escapa das tuas mãos como areia, ainda deixando aqueles irritantes grãos as sujando. Quero limpar as minhas mãos, não quero ficar com resquícios de fracasso nelas.

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