Vou lhes contar uma coisa. Naquela última noite em que foram felizes juntos fizeram planos, riram, ele cantou uma música. Não sabia se era para ela, mas queria que fosse. Nela ele desejava chamá-la de querida sem medo nenhum. Nunca teve certeza se era medo de machucá-la, medo de mentir a si próprio; afinal, era apenas uma música para ela, entre tantas feitas para aquela. Se sentiu importante, a canção foi feita para ela. Tinha que ter sido feita para ela.
Depois que tudo acabou, não conseguia mais olhar para ele. Ele havia a ferido, a machucado como ninguém. Por mais que ela tivesse vontade de abraçá-lo, agarrá-lo, acariciá-lo, todos os seus impulsos eram controlados, em razão dessa ferida aberta. Era uma ferida diferente. Depois de meses, ano, não cicatrizou, continuava ali com um curativo que caia de vez em quando deixando o machucado exposto.
Um dia ela começou a gostar de alguém. Outra pessoa, que a proporcionava coisas que nunca tinha tido com ele, essa pessoa me chamava de querida sem medo algum; mas a caneta, ao tocar o papel, insistia em escrever para ele, dele. Passaram dois anos e ela passou por aquele sentimento horrível de perda de novo, olhava a sua cicatriz, feita pelo única que havia lhe tocado o coração, e ela estava aberta. Sim, o machucado que ele fez nela, com suas mentiras, ofensas e indiferença. O machucado foi aberto, sempre esteve ali, nunca sumiu, sempre doeu como a lembrança da voz cantando a música ou os lábios no corpo dela.
Então um dia ela o viu sentado, chorando e com duas alianças douradas nas mãos. Ele havia sido derrubado, acabado e aos prantos, assim como ela havia ficado por ele. Era o fim daquilo que tinha a impedido de ficar longe dele, o fim de um relacionamento de anos, de idas e vindas, brigas por atenção, ciumes e coisas boas. Ele estava arrasado, havia deixado dela, pois não a amava, amava aquela das alianças.
Ela é muito idiota. Já doía olhar pra ele, ainda mais vê-lo triste. Sentou-se do seu lado e ele fingindo que não tinha visto. Ela estava consciente que a pessoa que ele menos queria ter por perto era ela, mas ela precisava fazer aquilo. Tocou no cabelo dele, tinha se esquecido como era bom, escorregou a mão até o rosto e sentiu aquela sensação de êxtase. Depois de anos, os lábios dele tocaram a pele dela de novo. Ele havia beijado a mão dela com carinho que ela sentia tanta falta, ele havia esquecido como sua pele era macia. Ambos não sabiam o que faziam, mas estavam bem de se sentir juntos de novo. Andaram de mãos dadas, como se o que tiveram nunca tivesse tido um fim nesse tempo que passara. Temiam o que viria.
Agora, que ele foi atender o telefone, ela tentava lembrar de tudo que ele fez pra ela, tudo que ela fez pra ele e tudo que conversaram hoje. Ela falou da dor que sentiu. Ele sentiu falta dela, de como era meiga e doce, de como passou esses anos pensando no que tinha feito. Só que mesmo assim, ele estava na sala, falando com a menina das músicas, a arrependida e também dócil menina das alianças.
Depois que tudo acabou, não conseguia mais olhar para ele. Ele havia a ferido, a machucado como ninguém. Por mais que ela tivesse vontade de abraçá-lo, agarrá-lo, acariciá-lo, todos os seus impulsos eram controlados, em razão dessa ferida aberta. Era uma ferida diferente. Depois de meses, ano, não cicatrizou, continuava ali com um curativo que caia de vez em quando deixando o machucado exposto.
Um dia ela começou a gostar de alguém. Outra pessoa, que a proporcionava coisas que nunca tinha tido com ele, essa pessoa me chamava de querida sem medo algum; mas a caneta, ao tocar o papel, insistia em escrever para ele, dele. Passaram dois anos e ela passou por aquele sentimento horrível de perda de novo, olhava a sua cicatriz, feita pelo única que havia lhe tocado o coração, e ela estava aberta. Sim, o machucado que ele fez nela, com suas mentiras, ofensas e indiferença. O machucado foi aberto, sempre esteve ali, nunca sumiu, sempre doeu como a lembrança da voz cantando a música ou os lábios no corpo dela.
Então um dia ela o viu sentado, chorando e com duas alianças douradas nas mãos. Ele havia sido derrubado, acabado e aos prantos, assim como ela havia ficado por ele. Era o fim daquilo que tinha a impedido de ficar longe dele, o fim de um relacionamento de anos, de idas e vindas, brigas por atenção, ciumes e coisas boas. Ele estava arrasado, havia deixado dela, pois não a amava, amava aquela das alianças.
Ela é muito idiota. Já doía olhar pra ele, ainda mais vê-lo triste. Sentou-se do seu lado e ele fingindo que não tinha visto. Ela estava consciente que a pessoa que ele menos queria ter por perto era ela, mas ela precisava fazer aquilo. Tocou no cabelo dele, tinha se esquecido como era bom, escorregou a mão até o rosto e sentiu aquela sensação de êxtase. Depois de anos, os lábios dele tocaram a pele dela de novo. Ele havia beijado a mão dela com carinho que ela sentia tanta falta, ele havia esquecido como sua pele era macia. Ambos não sabiam o que faziam, mas estavam bem de se sentir juntos de novo. Andaram de mãos dadas, como se o que tiveram nunca tivesse tido um fim nesse tempo que passara. Temiam o que viria.
Agora, que ele foi atender o telefone, ela tentava lembrar de tudo que ele fez pra ela, tudo que ela fez pra ele e tudo que conversaram hoje. Ela falou da dor que sentiu. Ele sentiu falta dela, de como era meiga e doce, de como passou esses anos pensando no que tinha feito. Só que mesmo assim, ele estava na sala, falando com a menina das músicas, a arrependida e também dócil menina das alianças.