brick by boring brick

Quando passo muito tempo sozinha, me sentindo sozinha, começo a pensar.

Começo a pensar que pensando demais eu vou deixar de fazer tudo na minha vida. Começo a pensar que se os outros pensarem demais, ele vão deixar de fazer tudo na vida deles que me envolvam. Começo a pensar o quanto paranóica sou, o quanto horrendamente gorda estou, o quanto minha beleza vem cansado nos últimos dias. Começo a pensar que as coisas nunca acontecem da forma que eu quero, que sempre dá tudo errado. Começo a pensar o quanto emotiva eu sou e racional ao mesmo tempo. Começo a pensar o quanto eu fico nas nuvens e tento me atirar delas para manter os pés no chão, mas a gravidade simplesmente não faz efeito algum sob meu corpo. 

Começo a pensar, pensar, até adormecer. 

Então me vejo em um sonho e não consigo mais diferenciar ele da realidade. Começo a sonhar, a ter pesadelos, a viver aventuras. Sempre com um instinto de não construir minha vida colocando corretamente seu tijolinhos, mas fazendo-a para não aparecer um lobo mau e destruí-la com um sopro só. 

Empecilhos

Mais um domingo chuvoso, onde tudo é desinteressante. O site de relacionamentos, a festa ruim do sábado, os livros de Direito que devem ser estudados para quarta-feira, os programas de televisão, a dor no meu punho direito, a narina esquerda entupida pela primavera.

Meu coração, em um compasso calmo e ritmado, sopesa todas as possibilidades, rumos que pode seguir, botando empecilho em todos eles, tornando-os mais difíceis. O som vindo da televisão da sala, onde minha mãe está deitada no sofá fazendo o que eu tenho vontade de fazer por dias, dormir, é alegre e típico de um programa dominical, mas eu continuo impondo empecilhos para sorrir.

Mais uma vez falho ao tentar encontrar sentimentos desesperados em um domingo de chuva.

Recado.

Costumo reler algumas páginas da minha vida, mas isso não é significa submissão, amor eterno, muito menos saudades. Faço com intuito de entendê-las melhos e nada mais.

Sonhos beatificados por uma suposta perfeição.

Há quem diga que eu não sonho. Que sou politicamente correta, coerente demais, consequente demais. "Há quem diga", não. Essa expressão dá a sensação de que sejam poucos aqueles que dizem isto, sendo que a situação é completamente oposta. Somente os que me conhecem a fundo, de verdade, me compreendem, me apoiam; sabem que eu tenho sonhos, cometo erros; que minha consequência, me torna uma inconsequente de nível e que só serviria pra uma santa, a senta na banana (devidos créditos a Faichecleres). Não sou frágil como pareço, mas não sou tão forte como transpareço.
Gosto de música, sonho com ela todos os dias, desde que me conheço por gente. Pessoas que tenho como meu pólo negativo compartilham deste mesmo sonho, música. Escrever, cantar o que se sente, mostrar isso às pessoas. Essas que sentem a mesma dor, alegria, revolta que eu. Casar, ter filhos, carreira. Todos são meu eu plano B, tratados como se fossem A.
Mato aula. Quando não estou bem, ou porque acho a aula uma saco. Momento rebelde. Tenho certeza que esperavas mais de mim, com esse discurso cheio de alfinetadas indiretas, mas não. É o máximo que posso te oferecer. Não sou louca a ponto de rasgar dinheiro, não sou tão ousada assim. Falando em ousadia, detesto esse papo de pudor. Ficar preso em si, sentir vergonha do voluptuoso é tão século XIX. Sejamos livres! Todos frutos da "Juventude Transviada" de James Dean. É óbvio que, ultimamente, levando a segunda palavra do nome do famoso filme ao pé da letra: sejamos livres sexualmente. Sou politicamente incorreta!

Cada passo que dou é milimetricamente pensado, ou melhor, era pra ser. Parece que o "Cara lá de cima" me mostra outro caminho: o da impulsividade. Maldito "sim" que foi dito há mais de um ano atrás. Detesto ser passional, aquela que sempre engole, sem mastigar a coerência. Pesar o que vai ser realmente bom, o importante, é uma coisa que tento e, na maioria das vezes, eu consigo. Mas sempre tem a minoria, né? Minoria que me torna humana, passível de erros.

O que vai acontecer se eu fizer isso? E se eu fizer aquilo? Calma, essa situação toda não envolve só a mim. Envolve mais umas, de acordo com meu cálculos, dez pessoas. "Mas e as consequências? Teu futuro, teu bem-estar?" Que se danem! Não posso prejudicar essas dez pessoas, pelo meu futuro, meu bem-estar, mesmo não conhecendo nem a metade dessas pessoas, não posso. Bom, pra mim isso se chama inconsequência. Até parece que não entendes. Dá tudo errado comigo. Tomo atitudes que favorecem os outros, me esforço pra isso, me esforço pra me ferrar.
Mas enfim, só estou avisando que tenho sonhos, gosto de putaria, sou incoerente, inconsequente; me chama do que quiseres; gosta, desgosta de mim pelo motivo que te convém, menos pela minha suposta perfeição.

Plágio? Tsc, tsc.

Na MTV

Bom, em primeiro lugar meus olhos brilharam quando não vi na nota: nomes citados, declarações de que a banda postou o vídeo na internet ou o diabo a quatro como outros sites fizeram. Mostrou os dois lados da moeda, sem querer colocar lenha na fogueira, deram a notícia e que cada um tire sua conclusão.
Em segundo lugar nenhum fã de TBS que tenha postado isso muito menos a banda pensou que teria essa repercussão monstruosa, foi um comentário amigável de algo que um fã lhes enviou e lhes chamou atenção, coisa mais que comum feita pela banda. Esse é o assunto em parte de comunidades do Orkut, eu, particularmente, acho que merece concorrer no VMB 2009 como webhit.
Outro fato é que esse plágio é comentado desde a pequena demonstração que o Di e o Gee deram, da música Daqui Pra Frente, no Família MTV pelos fãs de TBS, não foi uma coisa de agora como o produtor disse. Acho pretensão demais achar que só porque a música é utilizada na abertura de uma novelinha adolescente de sucesso, que esse erro grotesco da banda seja dito como "detalhe percebido por ser artista de sucesso". Duvido muito que o Taking Back Sunday sinta inveja do Nx Zero. O assunto só está em evidência por a banda que fez a música original ter se pronunciado, não pelo grande sucesso do Nx Zero.
Por fim, acho que ninguém interessante o suficiente vai ler isso, mas mesmo tendo TBS como uma das minhas bandas preferidas, gostei sempre de Nx Zero por serem influenciados por eles, em especial na fase pré-Bonadio, por quem não sustento o mínimo de simpatia. A coisa que me deixou entristecida não foi o suposto (ou descarado) plágio, mas sim, a declaração do vocalista do Nx Zero que foi dada no Orkut e apagada momentos depois. Talvez os "Print Screens" não sejam considerados uma prova, mas eles existem e mostram uma resposta demente que aumentou ainda mais o deslize da banda brasileira. Coisa que uma banda com esse sucesso imenso não deveria cometer.

Adeus Ano Velho

Nada como passar o último dia do ano com lágrimas nos olhos. Nada de declarações extensas dizendo o quanto foi bom ou ruim o ano pra mim, mas, infelizmente, não tem como não redigir sobre a instabilidade dele. Penso que tive mais tristezas que alegrias. Por mais que ninguém tenha morrido, esse ano me proporcionou sentimentos ruins, sofrimentos desnecessários sempre juntos com essas gotas que caem dos meus olhos. Incontáveis as vezes que eu chorei, as pessoas por quem chorei ou os motivos pelos quais chorei. Incontáveis as vezes que comecei a escrever pra tirar a dor que me tomava. Incontáveis as vezes que cantei pra espantar qualquer espasmo de tristeza que me atormentava. Incontáveis as vezes que eu aproveitei cada momento ruim pra dizer que foi um aprendizado. Ah, como eu aprendi esse ano, aprendi como em nenhum outro ano poderia aprender.